Celebrando Deus

O Duplo Significado das Trombetas

Deus em Sua Palavra pelo Seu Espírito Santo nos mostra o duplo significado das Trombetas para Seu povo: “comemoração” e “Santa convocação”. Nós não temos que nos assustar pelo que acontece no mundo; devemos andar de cabeça erguida no temor do Senhor, testemunhando, inclusive proclamando a Palavra do Senhor quanto ao tempo do fim dessa era. 2 As Trombetas falam da comemoração, isso tem a ver com júbilo, com a alegria do povo de Deus; é uma santa convocação! Será que estamos cientes do que está acontecendo no mundo? Estamos vendo estas coisas à luz da Palavra de Deus? Ficamos impactados com a repercussão dos fatos dentro do contexto apocaliptico? Precisamos de luz, de visão espiritual!

No livro do profeta Oséias ele nos traz uma advertência quanto aos nossos dias. Se de fato houve um tempo em Israel onde essas coisas sucederam, também vemos a aplicação dessa profecia em nossos dias, na vida da Igreja do Senhor Jesus. Vejamos:

“Ouvi a palavra do SENHOR, vós, filhos de Israel, porque o SENHOR tem uma contenda com os habitantes da terra, porque nela não há verdade, nem amor, nem conhecimento de Deus. O que só prevalece é perjurar, mentir, matar, furtar e adulterar, e há arrombamentos e homicídios sobre homicídios. Por isso, a terra está de luto, e todo o que mora nela desfalece, com os animais do campo e com as aves do céu; e até os peixes do mar perecem. Todavia, ninguém contenda, ninguém repreenda; porque o teu povo é como os sacerdotes aos quais acusa. Por isso, tropeçarás de dia, e o profeta contigo tropeçará de noite; e destruirei a tua mãe. O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porque tu, sacerdote, rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos” – (Os 4.1-6).

A primeira coisa que temos que notar é o que Deus quer falar sobre esses “habitantes da terra”. A profecia aqui segue em uma escala ascensional. Só poderemos compreender esta profecia, se pudermos perceber sua progressão.

O que nos diz o texto é que esse povo citado, neles não há verdade, nem amor, nem conhecimento de Deus. O que prevalece na terra é: “perjurar [Hb.: „alah = Jurar falsamente, amaldiçoar] mentir [Hb.: kachash = ser falso, fingir obediência], matar, furtar e adulterar, e há arrombamentos [Hb.: parats = exceder na destruição], e homicídios sobre homicídios”. Este texto descreve o que ocorreu com a terra por causa do pecado. Mas será que o propósito do Senhor é falar de maneira geral? Não, claro que não. No versículo 3 há uma parte linda desta profecia: “Por isso, a terra está de luto [Hb.: „abal = cobrir-se de lamento] e todo o que mora [Hb.: yashab = habitar] nela desfalece [Hb.: amal = tornar-se frágil], com os animais do campo e com as aves do céu; e até os peixes do mar perecem”. Há um detalhe nesta profecia que desejo te mostrar. Quando diz: “… e todo que mora nela…”. A expressão “mora” tem sua primeira ocorrência em Gênesis 4.16, que diz: “Retirou-se Caim da presença do SENHOR e habitou na terra de Node, ao oriente do Éden”. A palavra “habitou” é a mesma palavra “mora” em Oséias 4.3. Veja que Caim foi habitar na terra de Node, depois que perdeu a presença do Senhor. Este “habitar” aqui está em oposição a perca da “presença do Senhor”. Há algo mais impressionante ainda neste texto, veja: “desfalece, com os animais do campo e com as aves do céu; e até os peixes do mar perecem”. Essa parte do texto está em consonância com Gênesis 1.26“… tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra”. O homem se tornou frágil depois que perdeu a presença do Senhor. Este texto fala da expressão de Deus e do governo de Deus. Quando olhamos para o quadro de Oséias, vemos que é justamente o que Deus está falando, que o homem perdeu Sua presença, Sua expressão e Seu governo. No versículo 4 o Senhor diz: “Todavia, não há quem contenda, quem repreenda”. Parafraseando, o Senhor está dizendo: “ninguém se importa”. E na sequência diz: “porque o teu povo é como os sacerdotes aos quais acusa”. Aqui está o cerne da profecia. A mensagem do Senhor tem esse foco no livro de Oséias. O Senhor fala ao Seu povo; Ele vai tocar a ferida que está aberta, revelar o problema real. No versículo 6, está a questão nevrálgica da espiritualidade do povo: “O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento”. O termo usado aqui em Oséias para “destruído” é damah que significa: “perecer”. O Senhor diz que Seu povo está perecendo porque lhe falta conhecimento. No livro de Oséias, ele usa dois termos para conhecimento. Vejamos:

 

da’th – Percepção espiritual, discernimento – Os 4.1,6; 6.6. yada’– saber por experiência – Os 2.8,20; 5.3,4,9; 6.3; 7.9; 8.2,4; 9.7; 11.3; 13.4,5; 14.9. É um termo que ocorre de forma mais genérica nesse livro, embora, no capítulo 6 e o versículo 3, está assim: 4 “Conheçamos e prossigamos em conhecer ao SENHOR”; ainda em 13.5 diz: “Eu te conheci no deserto, em terra muito seca”. Estes dois textos definem para nós que esse conhecimento aqui fala de “experiência”.

 

Olhando para esses dois termos usados no livro, vemos que a degradação espiritual foi provocada pela falta de percepção espiritual e por um conhecimento experimental de Deus.

Qual é o real problema da Igreja do Senhor Jesus em nossos dias? É justamente o que nos diz Oséias. Perdemos a percepção espiritual; perdemos nossa experiência com Deus no conhecimento da Sua Palavra! Como podermos discernir o soar da Trombeta de Deus? Paulo escrevendo aos Coríntios “Pois também se a trombeta der som incerto, quem se preparará para a batalha?” – (1 Co 14.8). Numa Versão alternativa diz assim: “Se quem toca a trombeta não der um som bem claro, quem se preparará para a batalha?”.

O Senhor Jesus disse em Lucas 21.25-28: “Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas; sobre a terra, angústia entre as nações em perplexidade por causa do bramido do mar e das ondas; haverá homens que desmaiarão de terror e pela expectativa das coisas que sobrevirão ao mundo; pois os poderes dos céus serão abalados. Então, se verá o Filho do Homem vindo numa nuvem, com poder e grande glória. Ora, ao começarem estas coisas a suceder, exultai e erguei a vossa cabeça; porque a vossa redenção se aproxima”.

Quando essas coisas surgirem, devemos estar em comemoração, porque a Trombeta estará tocando! Para nós, os salvos em Cristo, o soar da Trombeta tem esses aspecto positivo, porque a redenção do nosso Corpo se aproxima – (Rm 8.23).

Vivemos numa época onde o cristianismo tem perdido sua característica essencial. A cada dia vemos o evangelho perder sua expressão de vida, graça e poder. A Igreja tem perdido sua identidade espiritual; sua vocação celeste tem sido trocada por uma busca mundana, de posição sucesso e prosperidade. Quando estudamos os escritos sagrados, onde os apóstolos 5 escreveram movidos pelo Espírito Santo, vemos o quanto na Palavra de Deus as coisas foram deixadas de forma clara para todos nós. Paulo escrevendo a Timóteo, e sua Segunda Carta, diz:

“Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus, que há de julgar vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino: prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina. Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas” – (2 Tm 4.1-4).

Uma análise simples destes textos nos mostra a profunda inquietação do apóstolo para aqueles dias. Agora, numa perspectiva divina, perceba o quanto o Espírito de Cristo Jesus nosso Senhor está incomodado com a situação da Igreja em nossos dias. Pois, se Paulo espiritualmente via em seu espírito a realidade contextual na qual Timóteo estava envolvido, olhe ao redor, e veja você mesmo sua própria realidade. Será que temos percepção espiritual da nossa condição como povo de Deus nesses dias? Paulo inicia esta seção da carta dizendo: “Conjuro-te”; no grego está assim: diamarturomai = “afirmar solenemente”, “dar testemunho solene para alguém”. Veja o método de Paulo. Antes de fazer a declaração vital, ele primeiro, solenemente diz:

“Na presença de Deus e de Cristo Jesus, que julgará todos os seres humanos, tanto os que estiverem vivos como os que estiverem mortos, eu ordeno a você, com toda a firmeza, o seguinte: por causa da vinda de Cristo e do seu Reino: pregue a mensagem e insista em anunciá-la, seja no tempo certo ou não. Procure convencer, repreenda, anime e ensine com toda a paciência”.

Que Deus nos livre da superficialidade. De um cristianismo de aparência. De um evangelho comprometido com os valores dessa vida. O evangelho o qual fomos chamados a pregar tem que estar comprometido com o caráter de Deus, com os valores do céu.

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