Vamos ler os seguintes textos:
Jo 10.38: “mas, se faço, e não me credes, crede nas obras; para que possais saber e compreender que o Pai está em mim, e eu estou no Pai”.
Jo 14.10: “Não crês que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, faz as suas obras”.
Jo 14.11: “Crede-me que estou no Pai, e o Pai, em mim; crede ao menos por causa das mesmas obras”.
Estes textos descrevem o princípio governante da vida de Cristo. O Senhor Jesus abre o mistério intrínseco de sua vida e nos revela a natureza e o mais profundo segredo da Sua obra. A obra de Cristo era o fruto da expressão terrena da obra do Pai Nele. Aqui nós somos desafiados a aprender com o Senhor Jesus o segredo do verdadeiro trabalho para Deus, para não cairmos na obsessão de nos encontrarmos fazendo “coisas” que não cooperam na vontade de DEUS para a edificação da Sua Igreja.
Dois Princípios revelados por estes textos:
1º.O mistério intrínseco de sua vida que nos revela a natureza e o mais profundo segredo da Sua obra.
2º.A obra de Cristo era o fruto da expressão terrena da obra do Pai em Sua vida.
“estou no pai”
Observe esta pequena expressão no meio da frase: “no”: Na língua portuguesa é uma contração. Na gramática, essa contração é uma combinação das preposições “de” e “em”, que sofrem redução formando um vocábulo único. O sentido é o mesmo que: “dentro de”, “junto de”. Porém, no original grego esta está contração é uma preposição primária denotando posição fixa de estado. Sintetizando, essa contração na língua portuguesa que é uma preposição fixa na língua grega nos fala de uma coalescência, isto é, uma aderência, união, concrescência, fusão.
O princípio espiritual desta pequenina palavra no meio desta frase nos textos supracitados nos fala que a vida de CRISTO estava tão unida, tão ligada a vida do Pai, que Este era Sua própria vida interior. Quando o Senhor Jesus disse: “o Pai está em mim, e eu estou no Pai”; “o Pai, que permanece em mim”, Ele estava nos mostrando o segredo mais profundo no aspecto prático daquilo que era sua vida de serviço na terra. Toda a Obra de Cristo só foi possível, porque o Pai estava Nele.
Este princípio governante da vida de Cristo se torna nosso modelo. Jamais poderemos servir a Deus em qualquer esfera se Cristo não for nossa vida. Todo serviço espiritual não depende da capacidade humana. Confiar em nossa capacidade e caminho para o fracasso. Cristo é a vida em nossa vida; e esta vida é o poder que nos capacita a servir.
Como Paulo definiu esta vida em Sua vida de serviço a Deus? Em 1 Coríntios 15.10 ele vai nos mostra o verdadeiro sentido prático dessa vida, observe: “Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo”. Quero que você analise três frases que abrem e aprofundam este texto:
“pela graça de Deus, sou o que sou”;
“sua graça, que me foi concedida”;
“trabalhei… não eu, mas a graça de Deus comigo”.
O nome desta “vida” aqui nestes textos é GRAÇA. Se não é a graça de Deus em Cristo superabundando na vida de Paulo, ele jamais poderia ter combatido o bom combate. O Homem que ele foi em Cristo; tudo o que foi concedido a ele e todo seu trabalho era uma questão de graça. Quando olhamos para vida desse apóstolo, podemos sem dúvida ver o quanto Deus pôde ter caminho para através dele para alcançar Seu propósito. Como isso é possível? A vida de Cristo habitando por meio do Espírito em Paulo, o capacitou a cumprir fielmente seu ministério. Isto é Graça! Não é mérito humano. O homem de si e por si é incapaz de cumprir a vontade de Deus; mas, pela infinita graça, a vida de Cristo é infundida dentro de cada um daqueles que Ele chamou; e a Eles revelou Seu sagrado propósito. Esta revelação chamamos de Visão Celestial. Como o homem pode ter Visão Celestial? Graça! Somente pela Graça. Esta é a palavra chave que descreve Cristo vivendo em nós, e por Sua vida nos capacitando a servir adequadamente segundo a mente de Deus para Sua glória, tendo uma visão elevada do eterno propósito que Deus estabeleceu em Seu Conselho eterno. Nenhum homem pode de si mesmo ter esta visão se não for a graça de Deus.
Portanto, é de fundamental importância para todos nós conhecermos o segredo mais profundo da vida de serviço do nosso Senhor Jesus. Sua vida estava tão misturada com a vida do Pai, que toda Sua dependência estava nesta vida que era a vida da Sua vida. E esta, deve ser a descoberta mais libertadora em nosso serviço espiritual. Este princípio divino nos livra da compulsão de confiarmos em nossa carne, mente e intelecto.
Este mesmo princípio governante de Sua vida, o Senhor Jesus aplicou a nós na parábola da videira em João 15.2-5: “Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda. Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado; permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer”.
Aqui está o segredo de todo serviço eficaz. Permanecer em Cristo e Sua vida permanecendo em nós é a chave para produzir fruto. Sem a vida de Cristo, jamais podemos frutificar. Tudo que é frutificado sem a vida de Cristo não permanece: é madeira (natureza humana), palha (obra humana) e feno (glória humana). Que Deus pelo Seu Espírito nos ajude a considerarmos a importância desse princípio governando todo serviço espiritual no meio do povo de Deus.
