Celebrando Deus

Sozinho? Não!

“devemos encontrar um alívio maravilhoso e força na nossa solidão”
“Só eu fiquei dos profetas do Senhor”. (1 Rs.18:22)

“…e eu, somente eu, fiquei…” (1 Rs.19:10,14)

“Todavia deixarei em Israel sete mil: todos os joelhos que não se dobraram a Baal, e toda boca que não o beijou” (1 Rs.19:18)

“Ele contou… sete mil” (1 Rs.20:15)

“Elias era homem sujeito às mesmas paixões (natureza) que nós” (Tg.5:17)

É uma coisa graciosa o fato de que o Senhor nunca oculta as fraquezas dos registros da vida dos seus servos mais úteis e representativos. A maioria dos biógrafos parecem sentir que prejudicaria as pessoas sobre quem eles escrevem – e enfraqueceria o testemunho ou prejudicaria a obra para a qual foram chamados – se eles se apoiassem na natureza humana e seu lado mais fraco e se fosse apontado quando e onde essas pessoas falharam. Há também uma bondade equivocada nesta omissão; a ideia de que, todos nós, sendo tão cheios de defeitos, nunca devemos nos referir as fraquezas dos outros. Se uma vida como um todo verdadeiramente glorificou a Deus, e o seu trabalho era realmente uma obra de Deus, apenas reforça a graça de Deus mostrar que Ele estava junto, e que abençoara esses vasos TÃO humanos e imperfeitos, e ninguém que realmente ama o Senhor vai levar esse fato como uma cobertura e aceite de repetidos fracassos. Ao mesmo tempo, é verdade que Deus é o único que tem o direito de falar das fraquezas humanas, e todo aquele que faz isso sob Sua direção deve fazê-lo com profunda humildade e temor: a razão para isso é reconhecida em tais casos como o de Moisés, Elias, Davi, Pedro, etc. Mesmo no caso do próprio Cristo, embora ele NÃO tenha sucumbido, ainda este fator existiu, e no Seu caso o fato é definitivamente mostrado. Esse fator é o seguinte:

Satanás Conhece Nosso Momento Mais Fraco, e o Usa

Foi quando o Mestre jejuou por quarenta dias e quarenta noites e teve fome, Satanás veio com suas provas. Quaisquer que fossem outros fatores presentes nos casos de Elias e outros, não há dúvida de que o esgotamento físico e nervoso fruto de experiências recentes deu ao covarde inimigo um terreno muito promissor para o seu ataque. Quando Moisés cometeu o seu grande erro na rocha, é evidente que ele era um homem exausto e, embora a fraqueza é totalmente revelada e o resultado mostrado foi muito grave no sentido temporal, ele nunca foi repudiado mais tarde na história como sendo um fracasso; sim ele estava com o Senhor no Monte da Transfiguração. Davi ainda tinha o seu lugar de grande honra e valor nos propósitos divinos, e seu nome chega até o fim das Escrituras com esse reconhecimento, apesar das quedas graves no caminho. Ele sofreu, é verdade, mas Deus sabe que na vida daqueles que contam para ele, existem forças operando que são maiores que as fraquezas da natureza humana. Isto é feito de modo claro no caso de Pedro, cujo fracasso terrível foi mencionado pelo Senhor como uma obra de Satanás; e não há dúvida que Satanás sabia o ponto fraco de Pedro e seu momento de fraqueza.

Devemos, no entanto, ter em mente que, embora os textos nas Escrituras sobre esses assuntos nos são dados para o nosso conforto, e para magnificar a graça de Deus, eles não são mencionados para nos enfraquecer ou justificar a nossa fraqueza, mas para nos tornar conscientes de como Satanás pode obter vantagem, e indicar os pontos de perigo ao longo do caminho de utilidade espiritual.

No caso de Elias diante de nós, há uma coisa que queremos apontar, e sentimos que será de ajuda para alguns. É o seguinte: no momento da sua fraqueza Satanás semeou uma mentira na mente de Elias, e Elias a aceitou. Nosso Senhor disse de Satanás que “ele é um mentiroso, e pai da mentira” (João 8:44). Neste caso, ele gerou a mentira de que Elias era o único profeta fiel a Deus deixado em Israel. Havia base para esta semente. O homem estava lutando uma batalha solitária; arando um sulco solitário; percorrendo um caminho solitário. Não há dúvida sobre isso.

A Solidão é uma Parte do Preço da Liderança

Se estamos buscando ir em frente com Deus em qualquer grau além do que é comumente aceito como uma verdadeira vida cristã; se somos chamados a abrir caminho para qualquer avanço na vida espiritual ou serviço divino; se nos é dada uma visão da vontade e do propósito de Deus que não é visto pela massa geral do povo de Deus – ou mesmo o maior número dos servos de Deus – o nosso será um caminho solitário.

Existem muitas outras maneiras pelas quais podemos nos sentir solitários. Pode ser por razões geográficas; ou pode ser por causa de uma experiência interior através da qual estamos passando; uma experiência ou fase que não pode ser compartilhada por outros, mesmo os mais próximos a nós. Todas essas e outras razões podem tornar-se, respectivamente, o nosso “deserto” para o qual Satanás vem, e, ao mesmo tempo, enquanto há uma oportunidade básica, seu negócio é empurrar as coisas para uma esfera extra de mentira e dizer-nos que ESTAMOS realmente e totalmente sozinhos. Não é uma coisa rara ele dizer a um filho ou filha de Deus que Ele os deixou.

Elias realmente acreditava que ele era o único que restou em fidelidade a Deus, e ele repetiu sua queixa várias vezes: “Só eu fiquei…” Ele perdeu de vista a possibilidade de que os profetas que Obadias disse que foram escondidos ainda pudessem estar em fidelidade no subsolo, ou alguns deles, pelo menos. Mas o Senhor conhecia melhor a situação e disse que haviam sete mil santos fiéis que não se renderam diante de Jezabel ou Baal. O fato é, o que Elias acreditava não era absolutamente verdade. Se olharmos para as coisas na horizontal nós só veremos até ali, mas se olharmos do céu veremos muito mais.

Bem, qual é a resposta? Em primeiro lugar, o amor do Senhor tomou a medida PLENA da fragilidade humana antes mesmo dEle nos chamar para si mesmo, e, portanto, o amor, sendo onisciente, não desiste, porque se deparou com algo imprevisto e que não foi levado em conta.

Em segundo lugar, o Senhor não pede nada além de um coração voltado para Ele. Essa é a base sobre a qual Ele irá agir. SOMENTE uma positiva e definida persistência na incredulidade e desobediência fará o Senhor dizer: “Olhe aqui, meu filho, eu te amo e quero ir mais longe com você, e eu VOU seguir em frente se você confiar e responder a Mim. Mas não podemos continuar até que você tenha ajustado isso, devemos ficar aqui e esperar.”

Em terceiro lugar, se é verdade que o Senhor não deixa nem abandona os Seus, é igualmente verdade que eles não estão sozinhos em relação aos outros que pertencem ao Senhor. Existe o FATO, totalmente isolado do ensino, de que o corpo é um, e tem muitos membros (1 Coríntios. 12:12). Esse FATO não depende da doutrina, é apenas um fato. Além disso, é constituído pelo próprio Espírito Santo. Ele é o Espírito da unidade; existe “a comunhão do Espírito Santo”; ou seja, a comunhão dos crentes em e por meio do Espírito Santo. Há sempre crentes orando por “todos os santos”, e na grande maioria estes são totalmente desconhecidos neste mundo. Se tomarmos a nossa posição sobre o fato de Deus neste assunto, e, pela fé, tomarmos o valor de “toda a oração por todos os santos” devemos encontrar um alívio maravilhoso e força na nossa solidão.

Mas vamos encarar o fato de que uma determinada medida e tipo de solidão VAI se conectar com qualquer valor do Senhor ou que Ele está buscando ter em nós, e devemos aceitar isso com coragem, lembrando-nos de que se fosse de outra forma esse determinado valor não seria possível. Jesus foi capaz de atender muitos em situação difícil, porque Ele tinha aprendido o segredo na solidão.

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