1 Tm 1.3,4:
“Quando eu estava de viagem, rumo da Macedônia, te roguei permanecesses ainda em Éfeso para admoestares a certas pessoas, a fim de que não ensinem outra doutrina[Gr.: HETERODIDASKALEO – “diferente doutrina”; “desviando-se da verdade”. Ocorre 2 vezes somente aqui nesta epístola – 6.3-5],nem se ocupem [Gr.: PROSECHO – “dar atenção a”, “aplicar-se a”, “concentrar-se em”, “apegar-se a uma coisa”. Ocorre 4 vezes na epístola – 3.8: “inclinados”; 4.1: “obedecerem”; 4.13: “aplica-te”. No N.T., são 24 ocorrências]com fábulas[Gr.: MUTHOS – “estória”, “ficção”, “invenção”, “falsidade”; “narração popular ou artística de fatos puramente imaginados”. Ocorre 2 vezes na epístola – 4.7: “Mas rejeita as fábulas profanas e de velhas caducas…”. Em todo N.T., 5 ocorrências – 2 Tm 4.4: “e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas”; Tt 1.14: “e não se ocupem com fábulas judaicas…”; 2 Pd 1.16; “… fábulas engenhosamente inventadas…”]e genealogias[Gr.: GENEALOGIA – “registro da descendência ou linhagem”. Ocorre 02 vezes em Todo N.T. – Tt 3.9: “Evita… genealogias… porque não têm utilidade e são fúteis”]sem fim, que, antes, promovem discussões do que o serviço[Gr.: OIKODOMIA – “ato de edificar”; “administração da casa”. Ocorre somente aqui em todo N.T.]de Deus, na fé”.
“serviço de Deus”
Aqui temos que recorrer ao original, porque na grande maioria das versões, existe uma má tradução desta frase. No original o termo “serviço” é DIAKONIA; e esta não é a palavra que se encontra aqui no texto. O termo no original é OIKODOMIA que significa “administração da casa”. A referência aqui é a Administração de Deus. A administração da casa de Deus é uma antítese as doutrinas diferentes, recheadas de genealogias e fábulas.
1.A economia da Casa de Deus é uma das principais doutrinas do N.T.
2.A Exposição desse assunto no N.T., inicia explicitamente com o Senhor Jesus em Mateus 16.13-18.
3.Deus revela a Paulo em visão o mistério dessa economia em Atos 9.4,5. Aqui ele vê quatro verdades que governariam sua vida – (At 26.19):
1ª.Que Cristo estava vivo.
2ª.Que Deus o Pai e Cristo são Um.
3ª.Que Cristo e a Igreja São Um.
4ª.Quem toca na Igreja de Cristo, toca em Cristo.
4.A grande ênfase dos ensino de Paulo é acerca dessa doutrina da Economia da Casa de Deus. Tomemos por exemplo as epístolas de Paulo aos Coríntios, Efésios e Colossenses. Nestas epístolas, podemos ver os princípios e fundamentos da doutrina acerca da Igreja como Corpo de Cristo:
1 Co 12.12: “Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo”.
Vejamos três textos na Epístola aos Efésios que nos levam a ver a grandiosidade deste ensino:
Ef 1.23: “a qual é o Seu corpo, a plenitude [PLEROMA – “aquilo que preenche”] daquele que a tudo enche em todas as coisas”.
Ef 5.23: “… como também Cristo é o Cabeça da Igreja”.
Ef 5.30: “porque somos membros do Seu Corpo, da Sua carne e dos Seus ossos”.
Em Colossenses, Paulo faz menção desse assunto em quatro passagens que nos revelam como esta era uma doutrina, que tinha urgência da sua exposição, para a formação do caráter distinto da Igreja do Senhor Jesus:
Cl 1.18: “Ele é a Cabeça do corpo, da igreja…”.
Cl 2.10: “… Ele é o Cabeça de todo principado e potestade”.
Cl 2.19: “e não retendo [KRATEO – “agarrar alguém a fim de mantê-lo sob domínio”; “controlar”] a Cabeça, da qual todo o corpo, suprido e bem vinculado por suas juntas e ligamentos, cresce o crescimento que procede de Deus”.
Três Princípios Fundamentais:
1º.Em 1 Coríntios 12.12 temos uma definição de “Cristo”, como um corpo constituído de muitos membros.
2º.Efésios 1.23 nos diz que a Igreja é a plenitude de Cristo, aquilo que completa Cristo. O versículo 30 do capítulo 5 nos dá luz para compreender como a Igreja pode completá-Lo: “porque somos membros do Seu corpo, da Sua carne e dos Seus ossos”. Veja a questão levantada por Paulo em 1 Coríntios 6.15: “Não sabeis que os vossos corpos são membros de Cristo?”. Somos partes inseparáveis de Cristo. A Criação de Eva é um exemplo desta verdade, vejamos:
– Gn 2.22: “E a costela que o SENHOR Deus tomara ao homem, transformou-a [BANAH – “edificou” = Gn 4.17] numa mulher e lha trouxe”.
– Observe que o Espírito Santo inspirou Moisés a usar esta palavra “edificou”, para tratar da criação da mulher. Porque esta mulher representa a Igreja.
– Gn 2.23 – Adão diz: “E disse o homem: Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada”. Paulo toma estas mesmas palavras em Efésios 5.29,30 para descrever este grande mistério: “porque somos membros do seu corpo. Eis por que deixará o ho mem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne”. Este é um grande mistério como está registrado em Colossenses 2.2: “… Cristo, o mistério de Deus”. O termo Cristo não faz referência restrita a Sua Pessoa como o Messias de Israel, e sim a Ele como o Cabeça da Igreja.
3º.Doutrinariamente falando, a grande ênfase de Efésios é que a Igreja é o Corpo de Cristo; mas Colossenses dá ênfase em Cristo o Cabeça da Igreja.
Conclusão
1.Cristo, um Corpo constituído de muitos membros.
2.A Igreja, a Plenitude de Cristo.
3.Cristo o Cabeça da Igreja.