Celebrando Deus

Deus Exige Sacrifício para Acender a Chama Divina

Um avivamento pode vir em qualquer lugar, a qualquer momento, se as condições de Deus forem cumpridas. Wesley bradava: “Oh, se eu tivesse uma voz de trombeta para clamar ao mundo inteiro!” Eu gostaria de uma voz de trombeta para clamar à igreja e dizer: “[Deus] é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós” (Ef 3.20). Isso deixa a responsabilidade pela falta de avivamento na porta da igreja, onde deve estar.

Deus exige sacrifício para poder acender a chama divina. Seu fogo não cai sobre altares vazios. O altar seria obediência, e a vida natural do homem, o sacrifício. A vida carnal apresenta mil razões para continuar viva. Sem dúvida, Moisés tinha toda habilidade natural para levar Israel para fora do Egito. Ele era poderoso em palavras, um estadista e um soldado. Entretanto, aos olhos de Deus, não era qualificado para liderar.

Com 40 anos de idade, esse homem, formado nas escolas do mundo, precisava ainda de mais 40 anos de pastoreamento no deserto para esvaziá-lo totalmente. Paulo, o aristocrata social e religioso, com um intelecto fenomenal, precisou passar por um processo de vários anos, depois da crise na estrada de Damasco, para reduzi-lo a nada, para que, dali em diante, pudesse considerar tudo como perda.

Nossos talentos são nossas limitações, e nossas habilidades, nossos obstáculos. No avivamento, a corrida não é vencida pelos mais velozes, nem a batalha pelos intelectualmente fortes. Temos muitas habilidades, portanto o Senhor deveria nos usar – assim pensamos. Entretanto, a lógica da Bíblia é geralmente invertida. O caminho para subir é descer. Procure salvar sua vida, e você a perderá; abra mão para perdê-la, e a achará (Mt 16.25). As coisas que não são reduzem a nada as que são (1 Co 1.28).

O capítulo 2 de Joel deveria ser, me parece, o texto chave para esta hora. É hora de jejuar e chorar (v.12). Deveríamos santificar um jejum e chamar uma assembleia solene. De acordo com o meu entendimento, toda e qualquer possibilidade de avivamento está vinculada ao versículo 17: “Chorem os sacerdotes, ministros do Senhor”.

Você, sacerdote do Deus altíssimo, quando foi a última vez que você chorou pelas almas, pelas almas daqueles que estão morrendo? Eis uma lei tão imutável quanto a lei da gravidade: “Quem sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes” (Sl 126.6).

“Considerai e vede se há dor igual à minha”, gritou Jeremias (Lm 1.12). Jesus ofereceu orações com forte clamor e lágrimas (Hb 5.7). “Não cessei de admoestar, com lágrimas, a cada um”, declarou Paulo (At 20.31). Hoje, a nossa situação é assim: “Ria e a igreja rirá com você; chore e você chorará sozinho”. Nunca houve tanto pecado para causar choro e angústia; nunca houve, porém, tão pouca lamentação.

Robert McCheyne, pregador escocês do século 19, morreu com apenas 29 anos de idade; no entanto, já era um veterano que se gastara intensamente em favor dos perdidos. Morreu de esgotamento, de tanto se doar, de tanto pregar, de tanto chorar. Em menos de uma hora após sua morte, as ruas de Dundee (Escócia) se encheram de pessoas em lágrimas. Até mesmo um artigo de jornal secular dizia que ninguém poderia negar que Jesus Cristo tivesse andado nas ruas de Dundee. De fato, ele tinha – por meio de McCheyne! Com toda a certeza, quando tivermos mais pregações com lágrimas, teremos mais pecadores em lágrimas.

George Whitefield, embora tivesse o dom da oratória, sabia muito bem quando a santa unção o deixava. Logo, se retirava de seus compromissos, ficava prostrado diante de Deus, às vezes por semanas a fio, gemendo em espírito até que a unção voltasse. Quebrantado e compassivo outra vez, ele podia voltar para o mundo, chorando.

Que os sacerdotes chorem! Que os sacerdotes chorem! Então, a igreja chorará e, depois, os pecadores chorarão. Assim, o avivamento virá pelo bendito poder do Espírito e, aleluia, ele transformará nosso pranto em dança. Senhor, apressa este dia!