Isto pressupõe a necessidade absoluta do novo nascimento. O que é o novo nascimento, simplesmente? É o receber Cristo como a Vida no coração pela fé. Não a vida como uma coisa, no abstrato, mas vida em inseparável relação à Pessoa. Isto é enfaticamente assim na base de que O Espírito Santo é uma Pessoa: Ele é o “Espírito de Cristo”, e Ele é o “Espírito da Vida”, e não existe relacionamento com Cristo à parte da habitação do Espírito Santo. “Se alguém não tem o Espírito de Cristo esse tal não é Dele” (Rom. 8:9).
Assim, então, Cristo, o Espírito Santo, e a “Vida Eterna” são um como a base e relacionamento resultante com Ele. Cristo é o Objeto e Realidade Central. O Espírito Santo é o Agente Divino. A Vida Eterna é a base do relacionamento com Deus.
Qualquer termo que usemos, seja “Novo Nascimento”, ser “Nascido de novo”, “Nascido de cima”, “Regeneração”, ou “Nascido de Deus”, o significado é um, e é que recebemos em Cristo pelo Espírito Santo, a vida Daquele que está à direita de Deus. Nada é possível da conformidade à Sua imagem até que essa vida tenha sido colocada em nós. Como num infante recém nascido, a vida contém todos os elementos, possibilidades e potencialidades do homem adulto a ser, logo, no novo nascimento tudo que Cristo é como “aperfeiçoado” está na vida do Seu Espírito para então ser transmitido.
Por natureza essa vida não está em ninguém, é o “dom de Deus” no novo nascimento, regeneração pelo Espírito Santo. É sobre essa vida interior que todos os interesses de Deus estão centrados. O crescimento, aumento, e desenvolvimento dessa vida com todas suas características é o propósito único do Espírito Santo no crente. Paulo escreveu para certos crentes – “Meus filhinhos, por quem de novo sinto as dores de parto, até que Cristo seja plenamente formado em vós”. Cristo plenamente formado dentro; essa é a natureza do crescimento espiritual.
O novo nascimento é o começo e fornece ao Espírito Santo com a Sua base. Esse é o primeiro passo em responder a pergunta quanto à natureza da união com Cristo. É unicidade com Ele em Sua vida ressuscitada e entronizada. Isto é vida que já está Nele consumada em pleno triunfo.
A segunda coisa nesta união do lado do estado, é santificação.
O que é Santificação?
Esta grande doutrina pode ser trazida bem adequadamente para dentro da extensão de dois declarações simples para nosso propósito aqui.
Santificação é primeiramente um ato, um ato de fazer do objeto inteiramente do Senhor. Nos tempos do Velho Testamento, quando algo ou uma pessoa era santificada (consagrada, devotada, santificada; tudo a mesma palavra) era primeiramente tomada à parte e separada de todos os outros interesses e feita inteiramente do Senhor. A partir desse momento todos os direitos de propriedade eram Dele, e era reconhecido que Ele tinha a inteira reivindicação nela e governo dela. Era consagrada ou santificada pelo sangue ou por aquilo que tinha o mesmo significado simbólico. Este é o simples significado fundamental da santificação.
“Não sois de vós mesmos, porque fostes comprados por um preço” (1Cor:20).
“Não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados, mas com precioso sangue” (1Pe. 1:18).
É – num ato – apresentando espírito, alma, e corpo ao Senhor para que em cada parte e em todos os detalhes da vida, Ele tenha a primeira e final consideração: ser consultado em todos os assuntos da mente, coração, e vontade; a vida pessoal com o inteiro principio do eu e constituição natural entregue pela Cruz para ser absolutamente sujeita à vontade de Deus. Cristo à direita de Deus representa o homem como num ato de abandono à vontade de Deus; experimentado quanto a esse abandono em todos os sentidos; e vitorioso quanto a esse ato inicial. O crente tem de entrar nesse ato, e mantido na energia do Espírito Santo até o fim.
Existe permanente virtude e poder no Seu ato “de uma vez por todas” para nós em recebermos do Seu Espírito.
A seguir, em segundo lugar, santificação é algo progressivo. É o processo pelo qual tudo que é verdadeiro das excelências morais de Sua humanidade glorificada é forjado no crente. As coisas de Cristo, tomadas pelo Espírito Santo e revelado aos Seus, não são só os esplendores e riquezas e possessões pelas que Ele entrou para Si mesmo. Nem são só coisas ganhas como uma recompensa. São essas perfeições por meio de sofrimentos a serem feitas sobre os crentes, e nas quais os crentes são para ser trazidos, para que possam também partilhar da glória que resta sobre a humanidade aperfeiçoada quanto a seu estado nativo como investido por um Deus todo satisfeito e encantado.
Enquanto “contemplamos Ele, somos transformados de um degrau de glória a outro, como pelo Espírito o Senhor” (2Cor. 3:18).
Este contemplar é pelo revelar do Espírito interiormente, e o que é revelado é a verdade de Cristo como “feito para nós santificação,” isto é, santificação para nós e em nós.
Vejo pelo Espírito que santificação não é meu lutar e esforço para ser melhor. É o fruto do conflito de Cristo e vitória apropriada pela fé. Não é meu melhoramento moral pelo esforço ou cuidado, mas a apreciação e apreensão das perfeições morais de Cristo asseguradas para mim. Cristo em glória é o modelo no olho do Espírito Santo, e Ele operará em mim a conformidade a esse modelo, pedindo de mim submissão, rendição, fé, obediência; para tudo o qual, Ele está disposto a ser minha força conforme eu tomo uma atitude de caráter positivo em linha com o Seu propósito, como em contra de uma mera passividade de mente.
Extraido – The Meaning of Union with Christ”